Tragédia climática no RS pode gerar prejuízos de até R$ 97 bilhões na economia brasileira, aponta estudo da CNC

A situação climática desastrosa que assola o Rio Grande do Sul tem causado impactos econômicos significativos dentro e fora do estado, de acordo com um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

As perdas estimadas atingem a cifra de R$97 bilhões na economia brasileira, sendo R$58 bilhões no próprio estado e R$38,9 bilhões em outras unidades da federação. Isso representa uma possibilidade de impacto de até 9,86% no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul e uma redução de até 1% no PIB nacional.

No mercado de trabalho, as enchentes provocadas pela tragédia podem resultar na perda de 195 mil empregos no estado e 110 mil em outras partes do país, representando uma diminuição de 7,19% no estoque de empregos formais gaúchos e 0,69% no país.

Além dos impactos diretos na atividade econômica, a CNC destaca que a inflação e a dinâmica fiscal do país também serão afetadas. O comércio, os serviços e o turismo estão entre os setores mais atingidos, com previsão de perdas diárias de R$5 bilhões no comércio, queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas e perdas de até R$10 bilhões no setor varejista.

No setor do turismo, as perdas diárias podem ultrapassar os R$49 milhões, acumulando até R$2 bilhões de prejuízos até junho e fechando o ano com impactos de R$6 bilhões. A infraestrutura comprometida, com o fechamento do aeroporto de Porto Alegre e rodovias afetadas, representa um grande risco para o setor.

Diante desse cenário, a CNC propõe medidas complementares ao pacote de apoio do governo federal, no valor de R$46,1 bilhões, para reconstruir a economia do estado. A entidade destaca a necessidade de investimento de R$19 bilhões na infraestrutura, juntamente com ações para preservar empregos e facilitar o acesso ao crédito.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, ressalta a importância da rápida implementação dessas medidas para evitar efeitos prolongados e danos adicionais à economia. Já o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que a reconstrução do Rio Grande do Sul exigirá esforços contínuos e investimentos substanciais.

Diante dessa crise econômica desencadeada pela tragédia climática, a atuação conjunta entre os setores público e privado se faz necessária para minimizar os impactos e promover a recuperação da economia gaúcha.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo