O manto, que retornou ao Brasil no dia 11 de julho deste ano após mais de 300 anos na Dinamarca, foi devolvido graças a um processo articulado entre instituições dos dois países, incluindo a Embaixada do Brasil na Dinamarca, o Museu Nacional e lideranças Tupinambá da Serra do Padeiro e de Olivença, na Bahia.
O Ministério dos Povos Indígenas realizou uma visita ao território Tupinambá entre os dias 1º a 4 de abril deste ano, com o objetivo de ouvir as lideranças da comunidade sobre a importância e a relação que têm com o manto, de caráter religioso, e viabilizar o contato com o artefato.
Para os preparativos finais da cerimônia, está previsto um diálogo no dia 5 de agosto, organizado pela Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas, com a presença do diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner.
O cronograma da celebração inclui uma primeira etapa no dia 29 de agosto, com rituais espirituais Tupinambá e pajés dedicados ao manto sagrado. A segunda etapa, no dia 31 de agosto, será a apresentação do manto ao público, com a presença de autoridades brasileiras, dinamarquesas e representantes do povo Tupinambá.
Além disso, o ministério está trabalhando em recomendações e protocolos para que povos indígenas tenham acesso a bens e objetos de suas culturas em museus nacionais ou no exterior. Essas ações são conduzidas pelo Grupo de Trabalho de Restituição de Artefatos Indígenas, criado em 2023.
A cerimônia promete ser um evento emocionante e simbólico, marcando o retorno de um importante artefato da cultura Tupinambá ao seu lugar de origem, após séculos longe do Brasil.