Produção de artigos científicos no Brasil cai 7,2% em 2023, segundo relatório da Elsevier e Bori, durante 5ª Conferência de Ciência.

A produção de artigos científicos no Brasil sofreu uma queda de 7,2% em 2023 em comparação com o ano anterior, conforme relatório divulgado pela editora Elsevier e pela agência de notícias Bori. Esse dado alarmante foi revelado justamente no dia em que teve início a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) em Brasília.

Essa redução marca o segundo ano consecutivo de queda na produção científica brasileira. Em 2022, a diminuição foi ainda mais expressiva, atingindo 8,5% em comparação com 2021. A queda inicialmente divulgada como 7,4% foi recalculada e apresentada na última edição do relatório, levando o número de artigos publicados ao longo do ano passado a ficar próximo ao patamar alcançado em 2019, antes da pandemia de coronavírus. Em apenas dois anos, houve uma queda de mais de 11 mil artigos, passando de 80,5 mil para menos de 69 mil textos.

Os dados analisados remontam a 1996, quando teve início essa série histórica. Antes dessa queda, a produção científica brasileira vinha mantendo um crescimento constante ao longo de 25 anos.

De acordo com o vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier, Dante Cid, a publicação de artigos reflete o volume de investimento feito em pesquisa científica alguns anos atrás, sendo efeitos de médio e não de curto prazo. No ano passado, o governo federal fez um reajuste de 40% nos valores das bolsas federais de mestrado e doutorado, além de liberar mais de R$ 10 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Para este ano, a previsão é de que o fundo financie R$ 12 bilhões.

A queda na produção científica preocupa, pois menos artigos significam menos conhecimento e menos soluções para diversos problemas, desde tratamentos médicos até questões sociais. A área de ciências médicas foi a mais afetada, com uma queda de 10% na produção de artigos. Das 31 instituições de pesquisa mais importantes do país, apenas duas não apresentaram redução na atividade científica.

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