A Al Jazeera, por sua vez, rejeitou veementemente as alegações feitas pelas autoridades israelenses, considerando-as como infundadas e uma tentativa de justificar o assassinato deliberado de seus jornalistas. Em comunicado, a rede afirmou que as acusações contra Al-Ghoul não foram acompanhadas de qualquer prova, documentação ou vídeo que sustentasse tais afirmações, reservando-se o direito de buscar medidas legais contra os responsáveis.
De acordo com a Al Jazeera, o jornalista e o cinegrafista Ramy El Rify foram mortos durante um ataque israelense na cidade de Gaza, enquanto realizavam uma cobertura jornalística próxima à residência de Ismail Haniyeh, líder do Hamas falecido no mesmo dia no Irã.
As forças militares israelenses apontaram que Ismail Al-Ghoul era membro da unidade de elite Nukhba e teria participado do ataque anterior, instruindo agentes do Hamas sobre a gravação e divulgação de operações. Alegaram também que suas atividades eram consideradas vitais para as ações militares do grupo.
A Al Jazeera enfatizou que Al-Ghoul atuava como jornalista desde novembro de 2023 e que sua única profissão era essa, contradizendo a afirmação de sua suposta afiliação ao Hamas. A rede também mencionou que o jornalista havia sido anteriormente detido pelas forças israelenses em março e posteriormente libertado, o que, para eles, desmentiria qualquer ligação com organizações.
Por fim, a Al Jazeera foi proibida de operar em Israel pelo governo, sob a alegação de representar uma ameaça à segurança nacional, enquanto a emissora nega incitar violência. O governo de Gaza, dominado pelo Hamas, lamentou a morte dos jornalistas da Al Jazeera e afirmou que já são 165 jornalistas palestinos mortos por fogo israelense desde o dia 7 de outubro.