A tragédia recente envolvendo a morte de dois filhotes de onça carbonizados em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, e de uma terceira onça em Miranda, evidencia a gravidade da situação. Em meio a um incêndio de proporções alarmantes, as onças-pintadas estão sendo afetadas, juntamente com outras espécies que compõem a rica fauna do Pantanal. O impacto ambiental dessas queimadas é catastrófico, comprometendo a sobrevivência de diversas espécies, algumas das quais já possuem populações reduzidas e taxas de reprodução lentas.
Os esforços das brigadas de combate ao fogo enfrentam inúmeras dificuldades, sobretudo devido à inacessibilidade de algumas áreas. Táticas como a criação de aceiros e a realização de queimadas controladas são empregadas, mas o clima seco e as condições climáticas adversas favorecem a propagação do fogo, tornando a contenção das chamas um desafio constante. A mudança climática, que antecipou o período de seca, e a intensificação das queimadas em 2024 já superam os índices do ano anterior, agravando ainda mais a situação no Pantanal.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dona Aracy, local onde uma das onças-pintadas foi encontrada morta, teve grande parte de sua extensão atingida pelas chamas em julho. As atividades de ecoturismo foram suspensas, reforçando a prioridade da conservação da fauna e flora local. O resgate e salvamento da fauna silvestre estão sendo realizados pelo Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal (Gretap), que já resgatou mais de 500 animais silvestres em ações coordenadas com diversas frentes de combate aos incêndios.
A situação no Pantanal é crítica e exige ação imediata para proteger um dos ecossistemas mais preciosos do Brasil. A perda dessas espécies emblemáticas e a destruição de um patrimônio natural único são alertas urgentes para a necessidade de políticas e práticas eficazes de conservação e preservação ambiental.
