Essas ocupações, denominadas pelos indígenas como “retomadas”, reacenderam a violência contra os guarani-kaiowá, envolvidos em um conflito fundiário de longa data. Recentemente, houve relatos de ataques a acampamentos indígenas, resultando em pelo menos nove indígenas feridos. Barracos, pertences pessoais e símbolos da cosmologia guarani-kaiowá foram destruídos e incendiados.
Durante a reunião, a ministra Sonia Guajajara enfatizou a busca por paz, destacando que um conflito desse tipo não é benéfico para nenhuma das partes envolvidas, incluindo os produtores rurais, os indígenas e o governo federal. Ela ressaltou a importância de ouvir todos os lados da questão e mencionou a necessidade de parar com os ataques e a violência, buscando resolver o conflito por meio do diálogo.
Além disso, a ministra anunciou o reforço do efetivo da Força Nacional de Segurança Pública na região, com o objetivo de garantir a segurança e a integridade física dos povos indígenas. Ela assegurou que o governo federal está trabalhando para concluir os processos demarcatórios de novas terras indígenas, que foram paralisados devido a recursos judiciais apresentados por produtores rurais.
A Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, que possui cerca de 12 mil hectares e teve sua delimitação em 2011, ainda enfrenta obstáculos para a retirada de não indígenas do local. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, as áreas declaradas como de usufruto exclusivo indígena no estado totalizam mais de 283 mil hectares, gerando insegurança jurídica no campo.
Diante desse cenário complexo, a ministra Sonia Guajajara busca promover o diálogo e a pacificação da região, visando garantir a segurança dos povos indígenas em seus territórios. O desafio é encontrar soluções que respeitem os direitos de todos os envolvidos, evitando conflitos violentos e buscando uma convivência pacífica e justa.