Esse ato de resistência gerou repercussão mundial e levou à interrupção temporária e posterior renomeação do projeto, que passou a ser chamado de Belo Monte. Apesar da batalha indígena ter sido perdida em 2011, quando foi concedida a licença para a construção da usina, o legado de luta, coragem e determinação deixado por Tuíre continua vivo.
A Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) emitiu uma nota de pesar lamentando a perda e exaltando a força e o exemplo deixados por Tuíre. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também manifestou profundo pesar pelo falecimento da líder indígena, destacando seu ato de resistência que ficará eternizado na história do país.
Tuíre, que pertencia ao povo Mebêngôkre, nasceu em 1970 no território Kayapó, na aldeia Kokraimoro, às margens do Rio Xingu. Ela foi uma das primeiras ativistas indígenas mulheres e participou de diversas manifestações em defesa da floresta, dos territórios e direitos indígenas. Em uma de suas últimas declarações públicas, Tuíre convocou o país a se unir contra o Marco Temporal.
A morte de Tuíre representa não apenas a perda de uma líder indígena, mas também o legado de uma guerreira que lutou incansavelmente pela preservação das terras indígenas e pelos direitos de seu povo. Sua memória será lembrada como um exemplo de coragem e resistência na luta pela justiça e pela proteção do meio ambiente.