Um dos principais motivos para manter a poliomielite como uma emergência é a fragilidade dos sistemas de vacinação em muitos países, especialmente em situações de conflito ou emergências humanitárias. Isso expõe as populações a surtos da doença, aumentando o risco de propagação do vírus. A falta de acesso também foi destacada como um desafio, especialmente em regiões como o norte do Iêmen e a Somália, onde grupos significativos não foram vacinados contra a poliomielite por longos períodos.
Os números recentes também alertam para a persistência do problema. Desde a última reunião do comitê de emergência, foram notificados 12 novos casos de poliovírus selvagem, sendo 5 no Afeganistão e 7 no Paquistão. Além disso, surgiram 72 casos do chamado poliovírus derivado da vacina, com dois novos países, Etiópia e Guiné Equatorial, relatando casos. Essa é uma preocupação, pois o vírus derivado da vacina pode circular em regiões com baixa cobertura vacinal, representando um risco para as crianças suscetíveis.
Na Faixa de Gaza, a detecção do poliovírus circulante derivado da vacina em amostras ambientais acendeu um alerta. A OMS planeja enviar mais de 1 milhão de doses de vacina contra a pólio para proteger as crianças na região, onde as condições sanitárias têm se deteriorado devido ao conflito prolongado.
A poliomielite, transmitida principalmente por via fecal-oral, é altamente infecciosa e pode causar paralisia. Embora os casos tenham diminuído significativamente ao longo das décadas devido a campanhas de vacinação em massa, ainda é necessário um esforço global para erradicar o vírus por completo.
É crucial que esforços sejam intensificados para garantir a imunização de todas as crianças e prevenir a propagação do vírus da poliomielite. A OMS segue monitorando a situação atentamente e trabalhando para combater a doença em escala global.