Servidores do INSS em greve há 29 dias pedem negociação com o governo para reajuste e melhoria nas condições de trabalho.

Representantes dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) procuraram o apoio dos deputados para negociar com o governo federal o fim da greve que já dura 29 dias. Os servidores estão em busca de reajuste salarial, com a incorporação de gratificação ao vencimento básico, a realização de concurso público e melhores condições de trabalho. O debate sobre a greve no INSS foi realizado durante uma audiência promovida pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

Durante a reunião, o presidente da comissão, deputado Glauber Braga (Psol-RJ), sugeriu que fosse formalizado um documento a ser enviado à ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, solicitando a abertura de um canal de negociação. Os representantes das categorias presentes na audiência criticaram a terceirização de serviços prestados pelo INSS e as condições de trabalho nas agências do órgão, apontando falhas nos processos de digitalização e informatização.

Thaize Antunes, representante de São Paulo na Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), destacou a precariedade das condições de trabalho enfrentadas pelos servidores do INSS, com falta de equipamentos, internet lenta e sistemas obsoletos. Lídia de Jesus, da Fenasps da Bahia, enfatizou a necessidade de investimento na valorização da carreira dos servidores, estruturação das agências e realização de concurso público.

Os representantes sindicais também alertaram sobre o adoecimento dos servidores devido ao excesso de trabalho e à falta de contratações para dar conta do volume de processos acumulados no órgão. Cristiano Machado, da Fenasps de São Paulo, criticou o modelo remuneratório do INSS, que prevê um vencimento básico abaixo do salário mínimo e gratificações que representam 80% da remuneração total.

O Ministério de Gestão e Inovação apresentou uma proposta de reajuste de 24,8% entre 2023 e 2026 para os servidores e inativos do INSS. Porém, os sindicatos reivindicam um reajuste de 33% e mantêm a greve em andamento. A negociação entre as partes continua em andamento, com a expectativa de que um acordo seja alcançado para encerrar a greve e garantir melhores condições de trabalho para os servidores do INSS.

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