Troca de partido e busca pela reeleição: Prefeitos buscam novas siglas visando o segundo mandato em 2024

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 15 de agosto, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, divulgou os resultados do estudo “A intenção de reeleição nas prefeituras em 2024”. O levantamento mostrou que mais de um terço dos prefeitos elegíveis para a reeleição optaram por mudar de partido visando competir nas eleições municipais deste ano.

De acordo com a pesquisa, que ouviu 80% dos prefeitos aptos à reeleição, 34% deles trocaram de sigla buscando uma melhor posição na disputa eleitoral. Além disso, o estudo abordou as estratégias de campanha mais valorizadas pelos gestores. Os dados revelaram que 83% dos entrevistados destacaram a importância das redes sociais pessoais, 74,3% mencionaram o apoio de autoridades estaduais e federais, e 71,8% enfatizaram o contato direto com os eleitores.

Durante a apresentação dos resultados, Ziulkoski ressaltou que a mudança de partido pode abrir espaço para novos prefeitos, inclusive vindos do setor privado, mas alertou para os possíveis impactos nas políticas públicas municipais. Segundo ele, desde 2000, aproximadamente 62% dos prefeitos aptos à reeleição buscaram um novo mandato, com 72% deles sendo reeleitos.

Dos mais de 4,5 mil prefeitos participantes da pesquisa, a CNM focou nos 2.753 que têm a possibilidade de disputar a reeleição. Destes, 88% manifestaram interesse em concorrer novamente, enquanto 7,8% afirmaram que não entrarão na corrida eleitoral por diversos motivos, incluindo a falta de interesse. A região Centro-Oeste lidera em intenção de reeleição, com 91% dos prefeitos planejando se candidatar, seguida pelo Norte, com 98%. O Sul do país apresentou o menor índice, com 80% dos prefeitos demonstrando intenção de reeleição.

O estudo também revelou que 58,7% dos prefeitos que pretendem buscar a reeleição estão filiados a apenas quatro partidos. O PSD foi o destino mais procurado, com um saldo positivo de 126 prefeitos que migraram para o partido. Já o PRD teve o maior saldo negativo, perdendo 63 prefeitos que buscaram outra sigla.

Ziulkoski observou que os governadores estaduais têm exercido mais influência sobre os partidos do que o governo federal, impactando diretamente as filiações e estratégias eleitorais em nível local. Apesar das perdas, o União Brasil foi o partido que mais perdeu prefeitos, com 86 saídas, mas ainda conseguiu um saldo positivo de 30 filiações, devido à entrada de 116 novos prefeitos.

Sobre as expectativas para 2024, com as mudanças de partido, quatro legendas concentram 58,7% dos prefeitos que pretendem concorrer à reeleição: PSD, MDB, PP e União Brasil. Dos prefeitos entrevistados, 88,7% manifestaram intenção de disputar o pleito novamente, enquanto 7,8% decidiram não concorrer.

Ziulkoski concluiu ressaltando que, apesar da renovação, muitos novos prefeitos podem enfrentar desafios iniciais que poderão impactar as políticas públicas municipais até que se ajustem à nova realidade. “Muitos serão eleitos, mas encontrarão um cenário desafiador que poderá afetar suas gestões”, avaliou.

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