O estudo analisou 43 indicadores relacionados às metas de saúde dos ODS em 185 países, projetando o desempenho deles entre 2021 e 2030 com base em previsões de crescimento econômico pré e pós-pandemia. Os pesquisadores constataram que países com renda mais baixa enfrentarão um retrocesso de aproximadamente 16% em seus indicadores, enquanto países de renda elevada terão uma queda menor, em torno de 3%.
A desigualdade nos resultados observada pelos pesquisadores revela o aprofundamento das disparidades econômicas pela pandemia. Na prática, países com economias mais fortes têm maior capacidade de se recuperar rapidamente de crises e se reestruturar em um curto espaço de tempo, agravando assim as disparidades globais.
O estudo resultou na publicação de um artigo científico na revista Plos One, que apontou a relação entre a crise econômica provocada pela pandemia e a desaceleração no avanço de indicadores de saúde. Doenças infecciosas são algumas das áreas mais afetadas, com previsão de desaceleração na implementação em países de diferentes níveis de renda.
A análise foi realizada a partir de um modelo econométrico que considerou indicadores como Produto Interno Bruto per capita, o índice de Gini e os investimentos em saúde de cada país. Os pesquisadores destacaram a importância da cooperação global para apoiar os sistemas de saúde em países de baixa renda, a fim de garantir um progresso equitativo e um futuro mais saudável para todos.