Empresa de Mineração é obrigada a suspender atividades em Minas Gerais por decisão da Justiça em ação ambiental

A Justiça de Minas Gerais tomou uma decisão importante nesta terça-feira (20) ao determinar a suspensão imediata de todas as atividades da mineradora Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra) na Mina Corumi. Localizada nas proximidades da Serra do Curral, a medida engloba a interrupção da lavra de minério de ferro, bem como o transporte de materiais depositados ou extraídos, incluindo o tráfego de caminhões de carregamento de fino de minério.

Essa determinação foi fruto de um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), realizado por meio de uma Ação Civil Pública em julho deste ano. O MPMG argumentou que a exploração minerária na região é danosa e ilegal, apontando também o descumprimento de obrigações assumidas pela empresa para a recuperação ambiental da área.

Além da suspensão das atividades, a 9ª Vara Cível de Belo Horizonte exigiu que a Empabra elabore um Plano de Fechamento de Mina em até 30 dias. Esse plano deve incluir um cronograma executivo e medidas para a recuperação de todas as áreas degradadas e modificadas pela atividade da empresa, além de definir o uso futuro da área recuperada.

Outra exigência é a contratação, também em 30 dias, de uma auditoria técnica independente para acompanhar as iniciativas de recuperação das áreas degradadas e garantir a segurança das estruturas existentes no local. Em caso de descumprimento das determinações judiciais, a Empabra poderá ser multada em R$ 50 mil por dia.

O histórico da Mina Corumi é marcado por polêmicas e irregularidades. Mesmo com a extração mineral proibida, em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) autorizou a retirada de minério beneficiado que estava estocado. A movimentação de caminhões chamou a atenção de moradores locais e ativistas, resultando em questionamentos sobre possíveis atividades ilegais da Empabra.

Após suspeitas de atividades irregulares, uma vistoria da prefeitura de Belo Horizonte em maio deste ano levou à interdição total da mina e das operações da empresa, com a aplicação de multa por crime ambiental. A Empabra já havia sido embargada temporariamente em 2018 pela Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, devido ao descumprimento de um acordo com o Ministério Público.

A cidade de Belo Horizonte, que é tombada como patrimônio em 1990, enfrenta desafios constantes em relação à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável. A decisão da Justiça em suspender as atividades da Empabra na Mina Corumi reflete a importância de garantir a proteção do meio ambiente e a segurança das comunidades locais. A reportagem da Agência Brasil continua em busca de um posicionamento da Empabra para atualizar essa questão tão relevante para a região.

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