Após receber as informações das empresas, o MTE irá compilar um relatório consolidado que será divulgado até 16 de setembro, para que as companhias compartilhem os dados com seus colaboradores e com o público em geral. A falta de divulgação desses resultados pode acarretar em multas de até 3% da folha salarial das empresas, além das sanções previstas para casos de discriminação salarial.
O relatório anterior contou com a participação de mais de 49,58 mil estabelecimentos e revelou que, de forma geral, as mulheres recebem 19,4% a menos do que os homens que desempenham as mesmas funções. Essa disparidade salarial é ainda maior para grupos específicos, como mulheres negras, pessoas com deficiência, membros da comunidade LBTQIAP+, chefes de família e vítimas de violência. A pesquisa também constatou que apenas 32,6% das empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres e que a média salarial no Brasil é de R$4.472, sendo os homens não negros os mais bem remunerados.
A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, aponta que a desigualdade salarial entre gêneros ainda é uma realidade persistente e que é necessário mudar a cultura empresarial que perpetua essa disparidade. Neste contexto, o segundo Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios tem o objetivo de ampliar a transparência e promover a igualdade de remuneração entre homens e mulheres no mercado de trabalho brasileiro.