Essa meta ambiciosa foi calculada com base nas emissões de gases do efeito estufa de 2005, e representa uma redução de 200 milhões de toneladas líquidas em comparação com as emissões de 2,4 bilhões de toneladas líquidas registradas há quase duas décadas. O estudo levou em consideração a capacidade da atmosfera em absorver gases do efeito estufa sem ultrapassar o limite de aumento de temperatura de 1,5ºC.
Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, ressaltou a importância desse cálculo para garantir a sustentabilidade do planeta. Segundo Astrini, o Brasil precisa se esforçar para cumprir a meta de 1,5ºC e contribuir de forma significativa para mitigar as mudanças climáticas.
A apresentação dos resultados desse estudo ocorreu durante a terceira contribuição do Observatório do Clima para a proposta de meta climática que o Brasil irá apresentar na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Como parte do Acordo de Paris, o país deve apresentar sua Contribuição Nacionalmente Determinada até fevereiro de 2025.
Para alcançar a redução de 92% nas emissões de gases do efeito estufa, o Brasil precisará adotar medidas como o desmatamento zero até 2030, recuperar 21 milhões de hectares de vegetação nativa, promover a transição para energias renováveis, além de melhorar a gestão de resíduos e adotar práticas sustentáveis na agropecuária.
A mensagem do estudo é clara: é possível e necessário ter ambições mais altas em relação à redução das emissões de gases do efeito estufa. A sociedade civil e os gestores públicos devem se unir para garantir que o Brasil contribua de forma efetiva para combater as mudanças climáticas e proteger o planeta para as gerações futuras.
