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Contaminação por agrotóxicos afeta comunidades indígenas, alertam lideranças e pesquisadores em audiência na Câmara dos Deputados.

Na tarde desta segunda-feira (26), a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados promoveu uma importante audiência pública para discutir a contaminação por agrotóxicos em comunidades indígenas no Brasil. Lideranças indígenas e pesquisadores alertaram para a gravidade da situação, especialmente nas aldeias localizadas próximas a grandes áreas de monocultura, como plantações de soja e milho.

Durante o encontro, a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Fernanda Savicki, apresentou resultados de um estudo realizado em aldeias indígenas de Caarapó (MS), que apontaram altos níveis de contaminação por agrotóxicos, incluindo substâncias proibidas na União Europeia, mas permitidas no Brasil. Segundo Savicki, a presença desses compostos tóxicos na água das regiões pesquisadas representa uma grave ameaça à saúde das comunidades indígenas.

O coordenador regional da Comissão Guarani Yvyrupa, Celso Japoty Alves, também relatou casos semelhantes de contaminação em terras ocupadas por comunidades indígenas no oeste do Paraná. Segundo ele, a utilização intensiva de agrotóxicos nessas regiões tem prejudicado a qualidade dos frutos colhidos e gerado impactos negativos na saúde e na produção agrícola das comunidades.

Diante desse cenário preocupante, o diretor de promoção ao bem viver indígena do Ministério dos Povos Indígenas, Bruno Potiguara, destacou a importância do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) e defendeu a aprovação do Projeto de Lei 4347/21, que institui a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).

O procurador da República em Dourados (MS), Marco Antônio Almeida, ressaltou a falta de um monitoramento adequado do uso de agrotóxicos no país e defendeu a necessidade de investimentos em laboratórios públicos para realização de análises mais precisas e eficazes.

A deputada Célia Xakriabá, que propôs a audiência, concordou com a importância de uma legislação mais rigorosa para combater a contaminação por agrotóxicos nas comunidades indígenas, ressaltando a urgência em proteger a saúde e os direitos dessas populações vulneráveis. O debate continua e novas medidas devem ser tomadas para garantir a segurança e o bem-estar dos povos indígenas no Brasil.

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