45 anos da Lei da Anistia: Audiência pública debate sua importância na história brasileira e os desafios para a construção democrática.

Nesta terça-feira (27), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) promoveu uma audiência pública para refletir sobre os 45 anos da Lei da Anistia, Lei 6.683 de 1979. A proposta foi apresentada pelo presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), a partir de sugestões de entidades de classe, sindicatos e organizações da sociedade civil que buscam a apuração dos crimes cometidos durante o regime militar no Brasil.

É importante destacar que a Lei da Anistia, promulgada em meio à ditadura militar, teve como objetivo principal conceder perdão aos perseguidos políticos durante o regime autoritário. Com sua aprovação, mais de 100 presos políticos foram libertados e cerca de 2 mil exilados puderam retornar ao Brasil. No entanto, a polêmica se estabeleceu devido ao perdão concedido a todos os envolvidos em “crimes políticos ou conexos”, incluindo agentes da repressão que cometeram torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos até 1979.

Durante a audiência, diversas personalidades foram mencionadas como beneficiadas pela Lei da Anistia, como o sociólogo Betinho, o jornalista Fernando Gabeira, os intelectuais Darcy Ribeiro e Paulo Freire, entre outros. No entanto, a discussão agora passa pela necessidade de revisão da lei, uma vez que crimes contra a humanidade não podem ser anistiados, conforme apontado pelo senador Paulo Paim.

A busca pela responsabilização dos crimes cometidos durante o regime militar é uma pauta constante entre defensores dos direitos humanos e especialistas. A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Daiana dos Santos (PCdoB-RS), destacou a importância de continuar exigindo a apuração e responsabilização dos envolvidos.

Dessa forma, a discussão em torno da Lei da Anistia continua sendo um tema relevante para a construção democrática do Brasil. O desafio está em conciliar a garantia da justiça e da memória das vítimas com a busca pela reconciliação e desenvolvimento democrático do país. A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos será retomada pelo governo federal, demonstrando a relevância e a continuidade do debate sobre os acontecimentos do passado para a construção de um futuro mais justo e democrático.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo