O monitoramento e a mensuração dos focos de calor foram realizados por meio do uso de imagens de satélite e informações da Rede MapBiomas, da qual o Ipam faz parte. Os dados revelaram que 44,45% dos focos estavam relacionados a áreas de cultivo de cana-de-açúcar, enquanto 19,99% estavam em pontos designados como “mosaicos de usos”, onde não é possível distinguir entre pastagens e áreas de agricultura.
Além disso, foram identificados focos de calor em áreas de pastagem, silvicultura, soja, citrus, café e outros tipos de cultura. A vegetação nativa do estado também foi impactada, com 16,77% dos focos de calor concentrados nessas áreas.
Cidades como Pitangueiras, Altinópolis, Sertãzinho, Olímpia e Cajuru foram as mais afetadas, concentram 13,31% dos focos de calor registrados no período.
O Ipam classifica a situação como crítica, destacando que na sexta-feira (23) foram registrados mais focos de calor em São Paulo do que em todos os estados da Amazônia juntos. Os especialistas observaram o surgimento de colunas de fumaça a cada 90 minutos, indicando um aumento significativo na quantidade de incêndios.
A diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, ressaltou a atipicidade do quadro e comparou a situação a um “Dia do Fogo exclusivo para a realidade do estado”. O episódio traz à tona lembranças do ocorrido em agosto de 2019, quando fazendeiros do Pará provocaram incêndios na Amazônia, afetando áreas de conservação e terras indígenas.