As mudanças nas normas foram estabelecidas pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública como uma resposta à descoberta de que imigrantes sem a documentação adequada estavam sendo explorados por organizações criminosas ligadas ao tráfico de pessoas. Apesar da redução no número de novos casos, ainda há 480 imigrantes retidos no aeroporto, classificados pela PF como inadmitidos, que chegaram antes das novas regras entrarem em vigor.
O procurador da República em Guarulhos, Guilherme Rocha Gopfert, ressaltou em uma entrevista coletiva que a maioria dos imigrantes retidos poderá solicitar refúgio de acordo com as regras anteriores. No entanto, aqueles que chegaram após a implementação das novas regras não terão essa possibilidade e serão obrigados a seguir viagem até o país de destino.
As investigações da PF revelaram que os imigrantes estavam sendo orientados a comprar passagens para voos com destino a outros países sul-americanos, com conexão no Brasil. Ao chegar sem o visto necessário, pediam refúgio e desistiam de seguir viagem, permanecendo na área internacional de trânsito do aeroporto. De acordo com as regras anteriores, eles aguardavam uma resposta ao pedido de refúgio.
O procurador destacou a importância de tratar os casos de imigração sem visto com critério, visando garantir que pessoas em situação de perigo recebam o refúgio no Brasil. Ele ressaltou a importância do instituto do refúgio, lembrando casos de sucesso de refugiados no país, e afirmou que o Brasil é referência neste aspecto humanitário, algo que a população deve se orgulhar.