A maioria dos feridos são jovens mulheres e o ataque começou por volta das 23h de ontem (27), com os fazendeiros atirando durante toda a madrugada. O Cimi relatou que os fazendeiros utilizaram armas que geravam estilhaços, atingindo tudo ao redor, em uma tática semelhante a uma caça de javalis à noite.
Os indígenas avá guarani transmitiram ao vivo nas redes sociais a perseguição que estavam sofrendo, com os disparos e gritos sendo ouvidos no vídeo. O missionário Roberto Liegbott destacou que a tensão no local é antiga, com a demarcação do território tendo sido suspensa judicialmente, o que acabou estacionando o processo.
O ataque dos fazendeiros aconteceu em um momento de tensão, com a comissão que irá discutir a constitucionalidade do marco temporal prevista para o mesmo dia. O governo havia conversado com indígenas e fazendeiros em busca de um acordo de pacificação, mas o ataque aconteceu durante as reuniões da Comissão de Conciliação do Supremo Tribunal Federal.
Agentes de segurança estão atuando em prol dos fazendeiros e a Funai relatou a queima de alimentos, pertences e casas dos indígenas, além de ameaças com tratores. Há também relatos de dificuldades enfrentadas pela Funai, como a proibição de distribuir materiais para construção de abrigos aos indígenas.
A Agência Brasil procurou órgãos responsáveis pela segurança no Paraná para obter mais informações sobre o ocorrido. A situação permanece tensa na região, com a comunidade indígena avá guarani sofrendo ataques e ameaças por parte dos fazendeiros locais.