Ausência de dados sobre população lésbica gera violação de direitos e demanda políticas públicas específicas, destacam especialistas em audiência no Senado.

A ausência de dados específicos sobre a população lésbica no Brasil tem gerado consequências graves, como a violação de direitos e a falta de políticas públicas voltadas para essas mulheres. Essa questão foi discutida durante uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado em parceria com a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados.

Realizada no dia 28 de agosto, em celebração ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a audiência teve como objetivo debater a lesbofobia, além de dar voz e visibilidade à comunidade lésbica no país. O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, ressaltou a importância do diálogo e do respeito aos direitos das lésbicas, destacando o aumento dos casos de violência contra essas mulheres.

Durante o evento, foram apresentados dados da primeira etapa do LesboCenso Nacional, uma pesquisa realizada pela Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e pela associação lésbica feminista Coturno de Vênus. Esses dados abordaram autoidentificação, trabalho, educação, saúde, relacionamentos e redes de apoio das lésbicas em várias regiões do Brasil.

Um dos principais pontos levantados foi a falta de informações oficiais sobre a população lésbica, o que dificulta a formulação de políticas públicas adequadas. Raquel Mesquita, pesquisadora e militante, ressaltou que a ausência de dados não é acidental, sendo uma estratégia que impacta diretamente na proteção e no reconhecimento dessas mulheres.

Os dados apresentados durante a audiência revelaram que a violência contra lésbicas é uma realidade preocupante, com altos índices de lesbofobia e agressões, principalmente no âmbito familiar. Além disso, muitas mulheres enfrentam constrangimento em atendimentos de saúde, o que evidencia a necessidade de políticas mais inclusivas nesse setor.

Diante desse cenário, representantes de diversos órgãos e militantes presentes na audiência defenderam a destinação de recursos e ações específicas para garantir os direitos das lésbicas. O acordo firmado entre os Ministérios das Mulheres e dos Direitos Humanos visa fortalecer a rede de atendimento e garantir acesso à justiça, saúde, educação e assistência social para essa comunidade.

A realização da audiência foi elogiada por parlamentares e representantes, que destacaram a importância de ampliar a visibilidade e o reconhecimento das pesquisas realizadas pelas ativistas. O debate sobre a população lésbica no Brasil precisa ser contínuo e sustentado por políticas efetivas que promovam a igualdade e o respeito às diferenças.

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