Disputa entre autoridades e especialistas sobre impactos da hidrovia Araguaia-Tocantins preocupa senador Kajuru durante audiência pública na CMA.

Durante a audiência pública realizada nesta quarta-feira na Comissão de Meio Ambiente (CMA), houve discordância entre autoridades e especialistas sobre os impactos socioambientais e econômicos da hidrovia Araguaia-Tocantins. Essa hidrovia tem o objetivo de facilitar as exportações, conectando as regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que presidiu a audiência, expressou sua preocupação em relação à situação do Rio Araguaia.

Segundo o senador, o Rio Araguaia está em um estado preocupante, sendo uma riqueza natural tanto para Goiás quanto para o Brasil como um todo. Kajuru chamou atenção para a ação de empresários que estariam retirando água do rio para uso em seus equipamentos próximos a ele, o que estaria prejudicando a vida do rio. Em um momento em que o Brasil enfrenta grandes problemas ambientais, como as queimadas, o senador ressaltou a importância de discutir e agir em prol da preservação do meio ambiente.

A audiência foi motivada por um requerimento apresentado por Kajuru e pela senadora Leila Barros (PDT-DF) que questiona a concessão de uma licença prévia para a hidrovia Araguaia-Tocantins pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), alegando que o impacto ambiental total da obra não foi considerado ao longo de mais de dois mil quilômetros do Rio Araguaia.

Durante a audiência, Larissa Martins, diretora de sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos, defendeu a obra, explicando que o derrocamento proposto visa à remoção de rochas do leito do rio para adequar a largura e profundidade do canal de navegação, garantindo a segurança das embarcações. Já o coordenador-geral de licenciamento ambiental do Ibama, Edmilson Comparini Maturana, afirmou que as medidas de mitigação estão sendo avaliadas para minimizar o impacto na atividade pesqueira.

No entanto, o pesquisador Alberto Akama, do Museu Paraense Emílio Goeldi, contestou o processo de licenciamento da obra, destacando os impactos negativos que podem ser causados, especialmente para comunidades ribeirinhas e povos indígenas. O procurador da República Sadi Flores Machado ressaltou a importância dos rios Araguaia e Tocantins para essas populações e manifestou preocupação com os possíveis impactos da hidrovia.

Diante das divergências de opiniões apresentadas durante a audiência, a discussão sobre os aspectos socioambientais e econômicos da hidrovia Araguaia-Tocantins deve continuar a fim de encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. É fundamental que haja um debate transparente e embasado em estudos científicos para garantir a sustentabilidade da região e a proteção das comunidades locais e da biodiversidade.

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