Após receber uma representação da organização Redes da Maré, o MPF tomou conhecimento das denúncias de supostas violações de direitos, principalmente relacionadas à educação e moradia. O procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio José Araujo Junior, solicitou informações sobre a titularidade do terreno onde as remoções estão ocorrendo, considerando que boa parte da área é de propriedade federal.
Além disso, foi solicitado esclarecimentos sobre o andamento da regularização fundiária na região, incluindo possíveis doações de terrenos pela União. A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro também foi requisitada a fornecer informações sobre as remoções e demolições, comprovando a legalidade das ações.
Outros órgãos, como a Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Estado de Segurança, também foram demandados a prestar esclarecimentos sobre o papel desempenhado nas operações em questão. A ação do MPF surge após protestos dos moradores contra as demolições ocorridas no Parque União, que teriam sido realizadas sem mandado judicial.
Segundo a Polícia Civil, as construções na região podem estar relacionadas a esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao tráfico de drogas. A Associação de Moradores do Parque União alega abuso de poder e remoção de pertences, enfatizando que a comunidade não é composta por traficantes. A situação tem gerado impactos negativos na rotina dos moradores, afetando escolas, postos de saúde e estabelecimentos comerciais. O MPF continuará investigando o caso para garantir o respeito aos direitos dos cidadãos do Parque União.