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Presidente Lula indica Gabriel Galípolo para comandar o Banco Central, substituindo Roberto Campos Neto e enfrentando discussões sobre autonomia do BC.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou a indicação do economista Gabriel Galípolo para assumir a presidência do Banco Central. Galípolo substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no final deste ano. A decisão foi divulgada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana.

A indicação de Galípolo ainda precisa ser aprovada pelo Senado. O governo pretende negociar com o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, a melhor data para a sabatina do indicado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Galípolo atualmente ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central e já passou por sabatina e aprovação no Senado em julho de 2023. Anteriormente, ele foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda durante a gestão de Haddad.

Roberto Campos Neto, o atual presidente do BC, assumiu o cargo em 2019, no início do governo Bolsonaro. Durante sua gestão, a autonomia do Banco Central foi estabelecida com a Lei Complementar 179, de 2021, garantindo mandatos de quatro anos para presidente e diretores da instituição. No entanto, durante o governo Lula, Campos Neto foi criticado pela política de juros considerados elevados.

Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei complementar que propõe revogar a autonomia do Banco Central, de autoria do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP). A proposta está em análise na Comissão de Finanças e Tributação da casa. Já no Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) discute uma proposta de emenda constitucional que visa garantir a autonomia financeira e orçamentária do BC, transformando-o em uma empresa pública com maior independência do Poder Executivo.

A indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central levanta questões sobre a continuidade das políticas econômicas e monetárias adotadas pelo órgão, assim como o futuro da autonomia da instituição em meio a debates no Congresso Nacional. A expectativa é de um processo de sabatina e aprovação no Senado nos próximos meses.

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