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Reforma tributária pode aumentar planos de internet em até R$ 20, alertam representantes do setor de tecnologia da informação.

Com a possível aprovação do texto do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária, os planos de internet podem sofrer um aumento de até 20 reais. Essa estimativa foi apresentada por representantes de empresas do setor de tecnologia da informação (TI) durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta quarta-feira (28).

A reforma tributária, promulgada em dezembro de 2023 como Emenda Constitucional 132, está em fase de discussão no Senado, através do PLP 68/2024. De acordo com um estudo do Ministério da Fazenda, as mudanças propostas pela Câmara dos Deputados podem elevar a alíquota de referência do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para até 27,9%. Porém, vários setores terão descontos significativos, como isenção total ou aproveitamento de créditos.

Para evitar repassar esse aumento de custos para o consumidor final, o setor de TI está reivindicando a inclusão do segmento na lista de regimes tributários diferenciados. Segundo Eduardo Parajo, presidente do Conselho da Associação Brasileira de Internet (Abranet), o aumento de preços para o consumidor final pode chegar a 15% a 18%, o que implicaria em um aumento de custos de R$100 para cerca de R$118 a R$120.

A atual reforma tributária está focada no aproveitamento de créditos ao longo da cadeia produtiva, visando evitar a cobrança de impostos em cascata. No entanto, para setores como TI, que têm grande parte dos custos relacionados à mão de obra, esse benefício é restrito. Representantes de empresas de software, tecnologia da informação e provimento de internet apoiam a reforma, desde que sejam aprovadas emendas que reconheçam o crédito presumido sobre custos com trabalhadores contratados.

Por outro lado, o auditor fiscal da Receita Federal Marcos Flores alerta que a inclusão de novos setores na lista de beneficiados com alíquotas reduzidas pode ter um impacto negativo e complicar ainda mais a reforma tributária. No entanto, empresários como Miguel Abuhab argumentam que a simplificação tributária trará benefícios para o país.

A audiência pública foi conduzida pelo senador Izalci, responsável por coordenar o grupo de trabalho da CAE que analisa os impactos do primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária. Todos os envolvidos no debate concordam que a reforma tributária é necessária, mas ressaltam a importância de políticas que minimizem o impacto nos diversos setores da economia.

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