Ex-policial militar Ronnie Lessa afirma que não teve intenção de matar motorista de Marielle Franco em depoimento no STF

O ex-policial militar Ronnie Lessa prestou um depoimento nesta quinta-feira (29) afirmando que não tinha a intenção de matar o motorista Anderson Gomes, que foi assassinado juntamente com a vereadora Marielle Franco em 2018, no Rio de Janeiro. Lessa, réu confesso dos assassinatos, alegou que seu objetivo era atingir apenas a vereadora, e não o motorista. Ele explicou que Fernanda Chaves, assessora de Marielle, também estava no carro durante o ataque, mas conseguiu sobreviver.

Durante o terceiro dia de seu depoimento virtual na ação penal aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se os irmãos Brazão e outros acusados atuaram como mandantes do crime, Lessa afirmou que agiu exclusivamente para executar Marielle. No entanto, devido ao uso de uma submetralhadora HK, o motorista também foi atingido. Segundo as investigações, a arma foi fornecida por Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão.

Lessa declarou: “Não tinha a intenção de atingir a sobrevivente [Fernanda] e o Anderson. O plano inicial era matar Marielle. Não era para Anderson ter morrido. Não vi a perícia. Acredito que os tiros que atingiram Anderson passaram pela Marielle”.

Os réus neste processo incluem o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa e atualmente estão detidos.

Está previsto que cerca de 70 testemunhas prestarão depoimento no decorrer da ação penal, e os réus serão interrogados mais adiante no processo. No segundo dia do depoimento, Lessa afirmou que sabia previamente da operação policial que resultou em sua prisão e que o assassinato de Marielle foi planejado de forma a não parecer um crime político, a fim de evitar a intervenção da Polícia Federal no caso.

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