Governo brasileiro manifesta “profunda preocupação” com pedido de prisão de líder opositor na Venezuela em desrespeito aos Acordos de Barbados.

O governo brasileiro, juntamente com o governo da Colômbia, expressou sua “profunda preocupação” com a recente decisão da Procuradoria-Geral da Venezuela de solicitar a prisão de Edmundo González, um dos líderes da oposição ao presidente Nicolás Maduro. A nota conjunta foi divulgada na noite de terça-feira (3) e destacou que o pedido de prisão de González vai de encontro aos compromissos assumidos nos Acordos de Barbados, onde foram estabelecidos compromissos em relação a um processo eleitoral democrático no país sul-americano.

Essa medida judicial contra o candidato presidencial González foi emitida após ele não comparecer pela terceira vez ao Ministério Público para esclarecer a publicação de supostas atas eleitorais que indicariam sua vitória nas eleições ocorridas em julho. A oposição alega ter divulgado mais de 80% das atas na internet como prova da vitória de González, enquanto o governo acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas publicadas online.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, responsável pela divulgação dos resultados eleitorais, declarou que Maduro foi o vencedor do pleito, mas não disponibilizou as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação. Os documentos foram entregues à Justiça no início de agosto, dando início a uma série de controvérsias e acusações entre o governo e a oposição.

A nota emitida pelos governos do Brasil e da Colômbia ressaltou ainda que a ordem de apreensão contra González compromete os esforços pela busca de uma solução pacífica através do diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas. A situação política na Venezuela continua instável e polarizada, o que gera preocupações tanto dentro do país quanto entre nações vizinhas e da comunidade internacional como um todo.

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