Famílias do Oeste Paraense transformam ambiente com plantio de SAFs em comemoração ao Dia da Amazônia: projeto gera renda e preserva floresta.

Na região Oeste do Pará, nos municípios de Belterra, Itaituba, Mojuí dos Campos e Trairão, as famílias locais estão promovendo uma verdadeira transformação em seus ambientes ao recuperarem a vegetação nativa em suas propriedades. O principal objetivo é produzir alimentos, novas mudas, sementes e gerar renda por meio do modelo de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

No Dia da Amazônia, comemorado em 5 de setembro, destaca-se o projeto inovador que está sendo implementado nessas regiões. Uma das protagonistas desse processo é a agricultora Rosângela Silva Pereira, conhecida como Sanda, residente em Trairão. Ela plantou cerca de 200 mudas no quintal e nas proximidades de sua casa, motivada por iniciativas que criaram um viveiro coletivo na comunidade e capacitaram as famílias na produção de alimentos e árvores nativas.

Nesses municípios, as famílias estão se engajando ativamente na recuperação da floresta amazônica. O projeto de Restauração da Floresta Amazônica no Tapajós está estruturando uma rede com bancos de sementes e viveiros florestais para abastecer a região com espécies nativas essenciais, como açaí, cupuaçu, cacau, andiroba, entre outras. Essas mudas não só geram renda na venda para outros interessados no modelo, mas também contribuem para a restauração das áreas de preservação permanentes.

Ademais, a assistência técnica está sendo provida por organizações como a Conservação Internacional (CI-Brasil) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Os agricultores passaram por capacitações que abordaram desde conhecimentos científicos sobre as espécies nativas até o manejo adequado das plantas. O projeto visa não apenas a restauração ambiental, mas também a promoção da sustentabilidade socioambiental e produtiva, combinando culturas com a conservação florestal.

Apesar dos avanços significativos, a região ainda enfrenta desafios, como a diminuição do desmatamento e a necessidade de adaptação às mudanças climáticas. A seca de 2023, por exemplo, causou perdas em parte dos plantios, ressaltando a importância de tecnologias de irrigação e do contínuo modelo de restauração.

É urgente a consolidação da rede de sementes do Tapajós, além da integração de redes regionais, maior capacitação, envolvimento dos governos e iniciativa privada, disponibilidade de crédito e assistência técnica. O respeito ao modo de vida das populações locais e a segurança alimentar devem ser priorizados nesse processo de restauração ecológica na Amazônia.

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