Relatório preliminar aponta falha no sistema “de-icing” em acidente aéreo em Vinhedo (SP), investigações seguem para identificar causas.

O relatório preliminar divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira nesta sexta-feira (6) revelou detalhes importantes sobre a queda da aeronave que ocorreu no município de Vinhedo (SP) em 9 de agosto. De acordo com as informações obtidas a partir da análise do áudio do gravador de voz da cabine, os tripulantes discutiram sobre uma falha no sistema de proteção contra a formação de gelo nas asas, conhecido como “de-icing”.

O relatório aponta que o sistema “airframe de-icing”, responsável por evitar o acúmulo de gelo nas asas, foi ligado e desligado diversas vezes durante o voo. O investigador-encarregado da Comissão de Investigação, tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, destacou que em dois momentos os tripulantes comentaram sobre falhas no sistema de proteção contra gelo, indicando a presença de gelo nas asas da aeronave.

A análise do Cenipa ressaltou que no momento do acidente, as condições meteorológicas favoreciam a formação de gelo severo nas asas, devido à alta umidade combinada com temperatura do ar abaixo de 0°C. Apesar da aeronave estar em condições de voar com as manutenções em dia e da experiência da tripulação, não houve declaração de emergência em nenhum momento.

O relatório preliminar apresentado pelo Cenipa aponta para a continuidade das investigações em três frentes principais: fator humano, fator material e fator operacional. O objetivo é identificar possíveis fatores contribuintes para o acidente e elaborar um relatório final que esclareça as circunstâncias da queda da aeronave ATR 72, do voo 2283, que saiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos.

O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, ressaltou a importância de novos dados factuais que possam surgir e a complexidade da ocorrência para a entrega do relatório final no menor prazo possível. As investigações não buscam estabelecer culpa ou responsabilização, mas sim identificar os possíveis fatores que contribuíram para o acidente aéreo, conforme previsto no decreto nº 9.540/2018.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo