O relatório aponta que o sistema “airframe de-icing”, responsável por evitar o acúmulo de gelo nas asas, foi ligado e desligado diversas vezes durante o voo. O investigador-encarregado da Comissão de Investigação, tenente-coronel aviador Paulo Mendes Fróes, destacou que em dois momentos os tripulantes comentaram sobre falhas no sistema de proteção contra gelo, indicando a presença de gelo nas asas da aeronave.
A análise do Cenipa ressaltou que no momento do acidente, as condições meteorológicas favoreciam a formação de gelo severo nas asas, devido à alta umidade combinada com temperatura do ar abaixo de 0°C. Apesar da aeronave estar em condições de voar com as manutenções em dia e da experiência da tripulação, não houve declaração de emergência em nenhum momento.
O relatório preliminar apresentado pelo Cenipa aponta para a continuidade das investigações em três frentes principais: fator humano, fator material e fator operacional. O objetivo é identificar possíveis fatores contribuintes para o acidente e elaborar um relatório final que esclareça as circunstâncias da queda da aeronave ATR 72, do voo 2283, que saiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos.
O chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, ressaltou a importância de novos dados factuais que possam surgir e a complexidade da ocorrência para a entrega do relatório final no menor prazo possível. As investigações não buscam estabelecer culpa ou responsabilização, mas sim identificar os possíveis fatores que contribuíram para o acidente aéreo, conforme previsto no decreto nº 9.540/2018.