A chegada de González Urrutia à Espanha foi confirmada por sua madrinha política, María Corina Machado, que informou que ele desembarcou no país europeu na manhã deste domingo (8). O opositor havia se refugiado na embaixada da Espanha em Caracas e, segundo a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, o governo concedeu o asilo político após os contatos necessários entre os dois países.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, destacou que o asilo foi solicitado por González Urrutia e reforçou o compromisso do governo espanhol com os direitos políticos e integridade física dos venezuelanos. A saída do opositor da Venezuela ocorreu após a Justiça venezuelana emitir um pedido de prisão por “risco de fuga” devido à sua ausência em depoimentos relacionados a uma investigação sobre supostas atas eleitorais da oposição.
María Corina Machado ressaltou que a vida de González Urrutia estava em perigo devido às intimidações e tentativas de coação por parte do regime venezuelano. O governo brasileiro, juntamente com o colombiano, expressou preocupação com o pedido de detenção emitido pelo Ministério Público venezuelano.
A investigação em andamento na Venezuela aponta que a página da oposição com as supostas atas eleitorais pode ter cometido diversos crimes, incluindo usurpação de funções, forjamento de documento público e associação para delinquir. As autoridades venezuelanas afirmam que mais de nove mil atas publicadas na página são falsas e o Tribunal Supremo de Justiça do país ratificou a vitória de Nicolás Maduro, apesar de ainda não terem sido divulgados os dados da eleição por mesa de votação.
A concessão de asilo político a Edmundo González Urrutia pela Espanha levanta questões sobre a situação política na Venezuela e a perseguição a opositores do governo de Nicolás Maduro. A comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos desse caso e ao cenário político delicado enfrentado pelo povo venezuelano.