Investigação do Cenipa revela que tripulação não declarou emergência antes da queda do avião da VoePass em São Paulo

No dia 10 de setembro de 2024, foi divulgado um relatório preliminar sobre a queda do avião da VoePass, ocorrida em 9 de agosto, pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De acordo com o relatório, não houve declaração de emergência por parte da tripulação antes da queda, conforme revelado nas transcrições dos áudios de comunicação entre os pilotos da aeronave e a torre de comando extraídas da caixa-preta.

O avião, que saiu de Cascavel (PR) com destino a São Paulo, caiu em Vinhedo, próximo à capital paulista, resultando na morte de todas as 62 pessoas a bordo, incluindo quatro tripulantes e 58 passageiros. O Cenipa continuará sua investigação para abordar diversos aspectos, como a situação de manutenção da aeronave, enquanto a responsabilidade civil e criminal será investigada pela Polícia Federal.

Durante uma audiência pública da comissão externa que acompanha as investigações do acidente, o chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, explicou que a investigação do órgão visa garantir a segurança no transporte aéreo, de modo a prevenir futuros acidentes. Ele destacou que a aeronave era certificada para voar em formação de gelo e a tripulação estava devidamente treinada para lidar com tais condições.

Marcelo Moreno também informou que o sistema de degelo da aeronave foi acionado três vezes durante o voo, após indicativos de formação de gelo. Questionamentos sobre a possibilidade do sistema de degelo ter sido desligado sem a intervenção do piloto foram levantados, mas ainda não é possível precisar se houve falha nesse sistema.

O relator da comissão externa, deputado Padovani, destacou a importância de entender o funcionamento do sistema de degelo da aeronave e questionou a razão pela qual foi acionado e desligado várias vezes. O coronel Carlos Henrique Baldin explicou o funcionamento desse sistema e ressaltou que a manutenção da aeronave será investigada, incluindo a análise do nível de consciência dos tripulantes em relação à formação de gelo na aeronave.

Uma denúncia anônima encaminhada ao Ministério Público do Paraná também veio à tona durante a audiência, acusando a Voepass de operar irregularmente em Cascavel e envolvendo a autarquia local de regulação de mobilidade, a Transitar, em um possível crime de responsabilidade. Os representantes do Cenipa esclareceram que a questão de responsabilidade criminal será investigada pela Polícia Federal.

O trabalho do Cenipa ainda está no início, e mais detalhes serão apurados para esclarecer as circunstâncias que levaram à queda da aeronave da VoePass, proporcionando respostas às famílias das vítimas e garantindo a segurança no transporte aéreo.

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