Investigações revelam acesso irregular a dados de ministro do STF por servidores públicos de quatro estados, incluindo PM de Alagoas.

Investigações realizadas pela Polícia Federal revelaram que o CPF do ministro Alexandre de Moraes foi consultado no sistema Infoseg sete vezes apenas nos primeiros três meses deste ano. Essas consultas foram feitas por logins vinculados a servidores públicos lotados em quatro estados distintos, sendo eles São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Alagoas.

Uma das pessoas investigadas nesse caso é um soldado da Polícia Militar de Alagoas, que realizou uma busca pelos dados pessoais do ministro no portal em março deste ano. O Infoseg é uma rede nacional que reúne informações de órgãos de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização, sendo acessível apenas a agentes públicos da área.

Essa situação levou o ministro a tomar a decisão de suspender a plataforma X no Brasil, baseando-se em uma investigação sobre vazamentos de dados pessoais envolvendo delegados da Polícia Federal, o próprio magistrado e um empresário. O grupo responsável por esses vazamentos atuava de forma coordenada para expor os agentes na internet.

Os registros indicam que o nome e os dados pessoais de Moraes continuam sendo buscados por servidores de diversas regiões do país, mesmo após o ministro autorizar operações para desmantelar um grupo conhecido como “Abin paralela”, responsável por montar dossiês e monitorar até ministros do Supremo Tribunal Federal, de acordo com as investigações.

A lista de usuários que acessaram o sistema de forma irregular inclui diversos profissionais, como membros de tribunais, policiais federais, integrantes de guardas municipais, agentes da Polícia Civil, peritos criminais, membros do Ministério Público e até mesmo um juiz. Alguns desses acessos foram feitos em grande quantidade e de forma suspeita.

A investigação teve início em março deste ano, quando a PF identificou perfis em redes sociais anunciando um projeto chamado Exposed. Esse projeto tinha como objetivo expor policiais federais que estavam cumprindo as ordens do ministro. Diversos agentes públicos de diferentes partes do país levantaram informações restritas sobre Moraes, uma delegada da PF e um empresário.

Essas ações levaram à suspensão do X, conforme determinado por Moraes, que buscava combater ameaças e coações contra delegados federais que estavam investigando milícias digitais e tentativas de golpe de Estado. Mesmo com a ordem do ministro, a plataforma não atendeu à decisão.

Em meio a toda essa situação, a Polícia Federal identificou indícios de utilização indevida do sistema Infoseg por agentes públicos, incluindo acessos irregulares e consultas em massa feitas através de VPNs. A investigação continua para apurar todos os envolvidos nesse caso que envolveu vazamento de informações e utilização incorreta de dados pessoais.

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