Dados apresentados durante a audiência pública revelaram um aumento significativo nas importações de pneus nos últimos quatro anos. A participação de importados no mercado de pneus para veículos de carga subiu de 15% para 47%, enquanto para veículos de passeio saltou de 27% para 62%. Os pneus importados, provenientes principalmente da China, Vietnã, Índia e Malásia, chegam ao país com preços até 20% mais baixos do que os produzidos internamente.
A indústria nacional, representada pela Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip), demonstrou preocupação com a concorrência desleal que vem enfrentando. Segundo a Anip, o Brasil é o maior polo de produção de pneus na América Latina e a sétima maior do mundo. As 21 fábricas espalhadas por sete estados empregam diretamente 32 mil pessoas e geram meio milhão de empregos indiretos.
Diante desse cenário, representantes da indústria pleiteiam o aumento da tarifa de importação dos pneus para garantir a competitividade dos produtos nacionais. A proposta em análise pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) é elevar a alíquota de 16% para 35%, visando equilibrar a balança comercial e proteger a indústria nacional.
Por outro lado, caminhoneiros e importadores defendem a manutenção dos preços baixos dos pneus importados, argumentando que isso reflete em custos mais acessíveis para o transporte de mercadorias. Para eles, um possível aumento na tarifa de importação poderia repercutir negativamente nos preços e na inflação, impactando diretamente o bolso do consumidor.
Diante dessa polarização de interesses e da complexidade do tema, o deputado Zé Trovão (PL-SC) solicitou a realização da reunião na Comissão de Viação e Transportes, com o intuito de encontrar uma solução equilibrada e justa para todas as partes envolvidas. A discussão continua em andamento, enquanto o setor aguarda por definições que possam garantir a sustentabilidade e a competitividade da indústria nacional de pneus.
