Indústria é o setor que menos cria empregos formais no Brasil em 2023, apesar dos maiores salários médios.

A indústria, um dos setores mais importantes da economia brasileira, revelou um desempenho aquém do esperado em termos de criação de empregos formais no ano passado, de acordo com os dados preliminares da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2023, divulgados recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Este setor, que historicamente oferece os maiores salários médios aos trabalhadores com carteira assinada, teve o menor aumento na criação de vagas em comparação a outros segmentos produtivos.

Apesar disso, no geral, os cinco principais setores econômicos apresentaram um crescimento no número de vínculos formais de emprego, totalizando 1.511.203 novos postos de trabalho. O setor privado acompanhou essa tendência positiva, passando de 42.957.808 milhões para 44.469.011 milhões de empregos formais ao longo do ano de 2023, um aumento de 3,5%.

A construção civil se destacou como o segmento que mais contribuiu para esse crescimento, com a criação de 181.588 novos vínculos formais, representando um aumento de 6,8% em relação ao ano anterior. Já os serviços seguiram essa tendência, com a geração de 962.877 empregos, um aumento de 4,8%. O comércio teve um crescimento de 2,1%, enquanto a agropecuária aumentou em 1,9%. A indústria, apesar de ter registrado um acréscimo de 121.318 vínculos, teve o menor crescimento, com 1,4%.

Destaca-se que a indústria permanece como o setor que oferece os maiores salários médios, com uma média de R$ 4.181,51, seguida pelos serviços, construção civil, comércio e agropecuária. Apesar disso, os salários pagos aos trabalhadores formais de todos os setores privados cresceram 3,6% no último ano, ajustados pela inflação.

Os dados completos da Rais 2023 ainda serão divulgados no último trimestre do ano. A subsecretária nacional de Estatística e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, ressaltou que os resultados da Rais podem divergir dos dados do Caged, devido ao prazo maior para a coleta de informações. A Região Sudeste continua liderando em número de empregos formais, seguida pelo Sul e Nordeste, com os maiores crescimentos percentuais registrados no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O aumento do emprego formal entre os estados também foi evidente, com o Piauí liderando o crescimento relativo, seguido por Amapá, Tocantins e Roraima. Diversos grupos, como aprendizes, trabalhadores temporários e avulsos, tiveram variações em seus números de empregados formais. Além disso, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal apresentou um crescimento discreto, refletindo uma maior inclusão daqueles com deficiências físicas ou múltiplas.

Em suma, os dados da Rais refletem um panorama positivo em relação ao emprego formal no Brasil, com crescimento em diversos setores, apesar do desempenho aquém do esperado da indústria. O mercado de trabalho parece estar em uma trajetória ascendente, o que pode impactar positivamente a economia do país nos próximos anos.

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