Agressão em debate eleitoral: Candidato do PSDB agride concorrente durante discussão na TV Cultura em São Paulo. Professora alerta para violência política.

A agressividade e a violência na disputa política brasileira não são fenômenos novos na história do país, de acordo com a análise da professora de história contemporânea da USP, Maria de Aparecida Aquino. Para a especialista, o que se destaca na atual eleição é a disseminação em larga escala das ações violentas através dos meios de comunicação tradicionais e das redes sociais.

Aquino ressalta que momentos passados da história do Brasil, como as eleições de 1989 e as disputas políticas nos anos 1950, também foram marcados por episódios de violência e agressividade entre os candidatos. No entanto, o diferencial atual está na cobertura massiva e imediata desses eventos, impulsionada pelas tecnologias disponíveis, como a televisão e as redes sociais.

A professora destaca o papel da mídia na amplificação desses comportamentos, citando como exemplo o debate entre José Luiz Datena e Pablo Marçal, que culminou em agressão física durante um programa televisivo. Aquino acredita que existem ferramentas que poderiam ser utilizadas para coibir atitudes violentas, como cortar o discurso de candidatos que proferissem ofensas.

Ela ressalta que, embora haja meios para combater a agressividade na política, muitas vezes esses recursos não são empregados de forma efetiva. A especialista sugere que medidas simples, como a interrupção do discurso de candidatos agressivos, poderiam contribuir para evitar situações extremas como as que têm sido observadas atualmente.

Em um cenário marcado pela polarização e pelos embates acirrados, a reflexão de Aquino aponta para a importância de refrear a disseminação da violência política e eleitoral, buscando alternativas para promover o diálogo e o respeito mútuo entre os envolvidos. Assim, a história do Brasil se torna um alerta para a necessidade de construir uma cultura política mais harmoniosa e democrática.