Segundo relatos da comunidade local ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as agressões foram desencadeadas após a visita de uma Missão de Direitos Humanos na semana anterior. A presença dos policiais militares na região gerou controvérsias, com suspeitas de serem responsáveis pelos ataques com balas de borracha e munição letal.
O clima de tensão se intensificou quando os agentes arrastaram o corpo do jovem Neri para uma área de mata, desencadeando confrontos entre os indígenas e as forças de segurança. A destruição de barracos durante a retomada e a falta de presença da Força Nacional no local aumentaram ainda mais a revolta dos Guarani e Kaiowá.
Diante do triste episódio, a Funai emitiu uma nota de repúdio e acionou a Procuradoria Federal Especializada para investigar o caso. Além disso, a entidade se comprometeu em garantir a segurança dos povos indígenas na região. O governo do Mato Grosso do Sul alega que a polícia agiu em conformidade com uma ordem judicial para manter a ordem na propriedade rural, onde parte dos indígenas estava armada.
Diante da gravidade da situação, diversos órgãos públicos, incluindo a Funai e a CR-PP, estão mobilizando esforços para conter a violência e assegurar os direitos dos povos indígenas. Ainda aguarda-se um posicionamento dos ministérios dos Povos Indígenas e da Justiça e Segurança Pública sobre o ocorrido. Enquanto isso, a comunidade Guarani Kaiowá permanece em luto e em busca de justiça para Neri e os demais feridos durante os trágicos eventos na Terra Indígena Nhanderu Marangatu.