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Mais da metade dos professores presenciam casos de racismo em salas de aula, revela pesquisa do Observatório Fundação Itaú.

Um estudo realizado pelo Observatório Fundação Itaú em parceria com o Equidade.Info revelou dados alarmantes sobre o racismo nas escolas brasileiras. De acordo com a pesquisa inédita, mais da metade dos professores (54%) já presenciaram casos de racismo envolvendo alunos em salas de aula. O levantamento também apontou que esse percentual aumenta entre os professores do ensino fundamental II, atingindo 67%.

A coordenadora do Observatório Fundação Itaú, Esmeralda Macana, ressaltou que a percepção dos professores em relação ao racismo varia entre os docentes brancos e negros. Enquanto 56% dos professores negros reconhecem a existência de situações racistas entre os estudantes, apenas 48% dos professores brancos têm essa mesma percepção.

Além disso, a pesquisa indicou que a sensação de acolhimento dos alunos varia de acordo com a etapa de ensino. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o índice de acolhimento é de 86%, mas nas etapas finais esse número cai para 77%. Já no ensino médio, o percentual é de 72%. Esmeralda Macana destacou que a transição para a adolescência e mudanças na escola podem influenciar nessa percepção.

No entanto, a pesquisa mostrou que a sensação de acolhimento é maior entre os alunos brancos, com 84% deles se sentindo acolhidos, em comparação com 78% dos alunos negros. Esmeralda também apontou a importância da formação dos professores para lidar com casos de racismo e ressaltou que o enfrentamento a essa questão não é responsabilidade apenas dos docentes.

A coordenadora enfatizou que ações estruturais envolvendo toda a comunidade escolar são fundamentais para superar o problema do racismo nas escolas. Ela destacou a importância de promover um clima escolar positivo, enriquecer o currículo escolar com arte e cultura e implementar a lei 10.639, que trata do ensino da história afro-brasileira e das relações étnico-raciais. Essas ações não só contribuem para o combate ao racismo, mas também para a promoção de um ambiente escolar mais acolhedor e seguro para todos os estudantes.

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