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Parlamentares e estudantes defendem instalação da primeira Universidade Indígena no Brasil para preservar saberes ancestrais e promover inclusão educacional.

Na última quarta-feira (18), foi discutida na Comissão de Meio Ambiente (CMA) a instalação da primeira Universidade Indígena no Brasil. Diversos setores da sociedade, incluindo estudantes, parlamentares e representantes do governo federal, uniram-se para defender a criação dessa instituição de ensino superior voltada especificamente para as comunidades tradicionais.

A proposta, sugerida pelo senador Bene Camacho (PSD-MA), recebeu apoio e destaque durante a audiência pública. O Ministério da Educação, em abril deste ano, criou um grupo de trabalho para analisar a viabilidade da instalação da Universidade Indígena e já se planeja o encaminhamento de um projeto de lei ao Congresso Nacional para sua formalização.

De acordo com Fernando Antonio dos Santos Matos, coordenador de Articulação Institucional da Secretaria de Educação Superior, a Universidade Indígena não será apenas um espaço de inclusão dos saberes tradicionais, mas também um local para preservação e disseminação dos conhecimentos, línguas e práticas culturais dos povos indígenas. A intenção é valorizar e proteger as culturas e conhecimentos dos povos originários.

Para Eliel Benites, diretor do Departamento de Línguas e Memórias do Ministério dos Povos Indígenas, a criação da Universidade Indígena representaria uma reparação histórica, resgatando os saberes e conhecimentos ancestrais acumulados ao longo do tempo. Esse diálogo intercultural entre os saberes indígenas e não-indígenas é visto como essencial para a construção de um pensamento mais amplo e inclusivo.

Durante a audiência pública, Rutian Pataxó, representante do Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), ressaltou a importância da autonomia da Universidade Indígena, defendendo a participação efetiva dos povos indígenas, suas lideranças e estudantes na construção desse espaço educacional. A intenção é criar uma universidade com a cara e a identidade dos povos indígenas, acolhendo o conhecimento tradicional e promovendo a inclusão e valorização cultural.

A presidente da CMA, senadora Leila Barros (PDT-DF), também se pronunciou a favor da criação da Universidade Indígena, destacando a relevância dos conhecimentos ancestrais na proteção do meio ambiente. Camacho, o senador proponente da audiência, propôs que a universidade seja financiada com recursos do Fundo Amazônia e defendeu que sua criação seja formalmente anunciada antes da COP 30, marcada para novembro de 2025.

Diante de todas as discussões e argumentações apresentadas durante a audiência, fica evidente a importância e a urgência da criação da Universidade Indígena no Brasil. O reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais desses povos podem contribuir significativamente para um avanço na educação intercultural e na preservação ambiental, construindo um novo paradigma do saber brasileiro.

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