O secretário do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Daniel Jarovsky, alertou sobre a gravidade do rotavírus e sua incidência como principal causa de mortalidade em regiões da África e Ásia onde não há programas de imunização. Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, Jarovsky destacou a importância da vacinação para a saúde pública.
Estudos recentes revelaram que bebês com até 42 dias de vida têm um risco 2,5 vezes maior de complicações e hospitalizações causadas pelo rotavírus, devido à exposição ao vírus antes de estarem imunizados. Jarovsky ressaltou que a doença está sendo controlada em crianças mais velhas, enquanto os não vacinados continuam sendo os menores de 2 meses.
No entanto, um dilema surge em unidades de terapia intensiva neonatais, onde há profissionais de saúde com opiniões divergentes sobre a vacinação de prematuros contra o rotavírus, uma vez que a vacina utiliza o vírus vivo atenuado. Recentemente, houve dois surtos de gastroenterocolite aguda causada pelo rotavírus em UTIs neonatais em São Paulo, o que reforça a importância de discutir estratégias de imunização nesses ambientes.
A vacinação contra o rotavírus se mostra essencial para proteger as crianças e reduzir o impacto da doença, especialmente em grupos de maior risco como os prematuros. A conscientização sobre a importância da imunização e a busca por estratégias mais eficazes para a vacinação em UTIs neonatais devem ser prioridades para garantir a saúde das crianças e prevenir surtos da doença.