Segundo o vice-presidente financeiro da CNC, Leandro Domingos Teixeira Pinto, o crescimento do volume de apostas está diretamente relacionado à perda de poder de compra das famílias, o que afeta não apenas o comércio, mas toda a economia do país. Um estudo da CNC aponta que o setor varejista pode enfrentar uma redução de até 11,2% no faturamento, representando uma perda de R$ 117 bilhões por ano devido aos gastos em apostas, que ultrapassaram R$ 68 bilhões entre 2023 e 2024.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que as famílias brasileiras destinaram 22% de sua renda disponível para as apostas no último ano, o que gerou consequências econômicas e sociais significativas, como o aumento da inadimplência. Aproximadamente 1,3 milhão de brasileiros já possuem dívidas relacionadas aos cassinos on-line, muitos dos quais utilizam o cartão de crédito de maneira descontrolada.
Desde a aprovação da Lei nº 13.756 em 2018, que autorizou as apostas esportivas, o mercado de apostas on-line, incluindo os cassinos virtuais, cresceu consideravelmente no Brasil. Entre junho de 2023 e junho de 2024, os consumidores gastaram R$ 68,2 bilhões em apostas, representando 0,62% do PIB nacional. Diante desse cenário, a CNC enfatiza a importância de uma regulamentação adequada para os cassinos físicos no país, que poderiam gerar empregos diretos e indiretos e contribuir com a arrecadação governamental.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, a regulamentação dos cassinos físicos pode estimular o turismo e o desenvolvimento econômico de forma sustentável, diferentemente dos cassinos on-line, que têm prejudicado a renda das famílias. Com isso, a CNC alerta para a necessidade de políticas públicas que visem a regulação do setor de apostas no Brasil, visando o equilíbrio econômico e social no país.