Entidades cobram punição para agressores de jornalistas, antropóloga e engenheiro em Mato Grosso do Sul

Organizações sociais cobram punição para os agressores de jornalista-canadense, antropóloga e engenheiro florestal.

Na última quarta-feira, em Iguatemi (MS), um grupo de homens encapuzados e armados agrediu o casal de documentaristas Ana Carolina Mira Porto e Renaud Philippe, e o engenheiro Renato Farac Galata enquanto trabalhavam documentando o conflito fundiário que envolve comunidades indígenas e produtores rurais. Segundo os relatos, eles foram forçados a sair do carro, tiveram seus pertences roubados e foram ameaçados de morte caso não deixassem a região.

As agressões foram condenadas por dez entidades que emitiram um comunicado conjunto exigindo a punição dos agressores e denunciando a violência contra os povos indígenas em Mato Grosso do Sul. As entidades também mencionaram preocupações com a conduta da Polícia Militar no estado.

Além disso, as organizações pediram a demarcação urgente e a homologação dos territórios tradicionais guarani kaiowá como parte da solução para a disputa de terras na região.

O caso está sendo acompanhado pelas defensorias públicas da União e de Mato Grosso do Sul, e a Polícia Federal está encarregada da investigação devido ao contexto da disputa de terras envolvendo comunidades indígenas.

O incidente também chamou a atenção da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que desembarcou no Mato Grosso do Sul e participou da Aty Guasu em Caarapó. Ela afirmou a importância da demarcação de terras indígenas como parte da pacificação da vida nos territórios brasileiros.

Além disso, a embaixada do Canadá foi comunicada sobre o incidente, e os funcionários consulares no Brasil estão em contato com as vítimas para prestar assistência consular.

Enquanto isso, o documentarista canadense afirmou ter recebido vários chutes nas costas e costelas, além de ter tido um pedaço de seu cabelo cortado com uma faca por um dos agressores. O grupo de agressores também levou os passaportes do casal, cartões bancários, crachás de identificação de jornalista internacional, câmeras e lentes fotográficas, baterias, celulares, bolsa e outros objetos.

Para as organizações que assinaram a nota conjunta, a impunidade e a naturalização da violência devem ser enfrentadas com determinação, transparência e firmeza por parte de todos os poderes públicos. A apuração dos crimes deve chegar àqueles que incentivam, financiam, promovem e defendem a violência contra os povos indígenas.

Este é mais um exemplo grave da violência que os povos indígenas enfrentam em seu dia a dia, e medidas eficazes precisam ser tomadas para garantir a segurança e os direitos dessas comunidades. O caso também destaca a necessidade de proteção aos profissionais que trabalham para documentar e denunciar essas situações.

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