Desmatamento na Mata Atlântica cai 59% de janeiro a agosto, aponta novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento.

O desmatamento na Mata Atlântica caiu 59% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com o novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento, parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas. Os dados, consolidados na plataforma MapBiomas Alerta, revelam que a área desmatada entre janeiro e agosto foi de 9.216 hectares, uma queda significativa em relação aos 22.240 hectares registrados no mesmo período do ano passado.

A SOS Mata Atlântica destaca a tendência de redução no desflorestamento do bioma observada desde o início do ano. O diretor executivo da Fundação, Luís Fernando Guedes Pinto, ressalta que estados que costumam liderar o desmatamento, como Paraná e Santa Catarina, tiveram uma queda expressiva, em torno de 60%. Elementos que contribuíram para esses dados incluem o aumento da fiscalização, aplicação de embargos e produtores ficando sem acesso a crédito por terem desmatado.

O boletim mostra que o desmatamento dentro dos limites do bioma estabelecidos pelo IBGE teve uma queda considerável, mas os encraves florestais em regiões de Cerrado e Caatinga apresentaram um aumento nas derrubadas, demandando uma ação mais contundente do poder público.

Guedes Pinto destaca a importância da aplicação rigorosa da Lei da Mata Atlântica nessas regiões e aponta a existência de uma disputa jurídica sobre a abrangência da lei nesses locais. Ele ressalta que é fundamental chegar a um patamar de zero desmatamento na região e enfatiza a necessidade de uma aplicação mais adequada da lei por parte dos órgãos ambientais estaduais e municipais.

Apesar do recuo no desmatamento, ele ressalta que qualquer nível de desmatamento na Mata Atlântica é prejudicial e que a expectativa é alcançar a marca de zero desmatamento no bioma. A disputa entre produtores e órgãos ambientais sobre a aplicação da lei também é apontada como um desafio a ser enfrentado.

Dessa forma, mesmo com a redução observada, o alerta é de que o trabalho para proteger a Mata Atlântica continue, com uma atenção especial para as áreas de encraves que ainda apresentam uma alta nas taxas de desmatamento.

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