Brasil apresenta Plano de Transformação Ecológica na COP28 como proposta do Sul Global para nova globalização sustentável.

No último dia 1º, o governo brasileiro apresentou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Plano de Transformação Ecológica do Brasil como uma proposta do Sul Global, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28). O Sul Global é o termo usado para se referir aos países em desenvolvimento ou emergentes, a maioria dos quais localizados no Hemisfério Sul do planeta.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o plano não apenas serve como uma plataforma para investimentos sustentáveis no Brasil, mas também como uma proposta do Sul Global por uma nova globalização. Segundo Haddad, essa nova globalização será ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva, reformulando os fluxos financeiros globais e estabelecendo o Sul como centro da economia verde. Haddad reforçou a importância de superar a “pesada herança colonial de exclusão social, destruição ambiental e subordinação internacional” do Brasil e ressaltou a necessidade de interromper cinco séculos de extrativismo e destruição do meio ambiente.

O Plano de Transformação Ecológica está estruturado em cinco eixos: financiamento sustentável, desenvolvimento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura e adaptação às mudanças climáticas. Entre as medidas, destacam-se a criação de núcleos de inovação tecnológica nas universidades, a ampliação de áreas de concessões florestais, a eletrificação de frotas de ônibus, o estímulo à reciclagem e obras públicas para reduzir riscos de desastres naturais.

De acordo com estudos citados por Haddad, o Brasil precisa de US$ 130 a US$ 160 bilhões de investimentos anuais nos próximos 10 anos, principalmente em infraestrutura, para a transformação ecológica. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será um dos principais instrumentos de financiamento do Plano, com o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, indicando que o banco financiou 90% das hidrelétricas do país e 75% da energia eólica brasileira.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a importância de unir economia com ecologia para enfrentar as mudanças climáticas e destacou o compromisso ético e político do presidente Lula em liderar pelo exemplo. A apresentação do Plano de Transformação Ecológica contou com a presença da ex-presidente Dilma Roussef, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, e de Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com essa iniciativa, o governo brasileiro busca estabelecer uma nova perspectiva para o desenvolvimento do país e contribuir para uma economia global mais sustentável e inclusiva.

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