O empreendimento, agora conhecido como Refinaria de Mataripe, foi vendido por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,08 bilhões pelo câmbio atual) ao fundo Mubadala Capital, divisão de investimentos da Mubadala Investment Company, empresa de investimentos de Abu Dhabi. O relatório da CGU não afirmou de forma direta que houve perda econômica com a venda da refinaria, mas questionou o momento do negócio, levantando a hipótese de que a Petrobras poderia ter esperado a recuperação do mercado internacional de petróleo.
Além disso, a CGU apontou fragilidades na utilização de cenários como suporte à tomada de decisão, bem como a aplicação de metodologias inéditas para a venda de estatais brasileiras. A Petrobras, por sua vez, defendeu a utilização de cenários como uma prática comum e adequada, ressaltando que as projeções foram feitas com consistência e que a pandemia tornou a análise mais desafiadora.
A venda da refinaria também reacendeu suspeitas em torno de presentes dados pelo governo dos Emirados Árabes Unidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019 e 2021. A Polícia Federal investiga joias e esculturas dadas por autoridades públicas dos Emirados Árabes e pela Arábia Saudita. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, destacou a necessidade de investigar uma possível conexão entre a venda da refinaria e o recebimento das joias, enquanto o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, informou que a auditoria sobre a venda da refinaria já está com a Polícia Federal.
Em resposta às críticas, o ex-presidente Bolsonaro afirmou, por meio das redes sociais, que a privatização da refinaria foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A polêmica em torno da venda da Refinaria Landulpho Alves continua a suscitar debates e investigações. Com a auditoria da CGU em mãos da Polícia Federal, a expectativa é de que mais informações venham à tona nos próximos meses.