Segundo relatos do Ministério dos Povos Indígenas, aproximadamente 200 ruralistas da região se mobilizaram para retomar a posse da Fazenda Inhuma por meio da força, sem decisão judicial, surpreendendo os indígenas e resultando em atos de violência. A ministra Sonia Guajajara demonstrou indignação em relação aos acontecimentos e afirmou que irá exigir que os responsáveis sejam identificados e que todas as medidas legais sejam tomadas.
O processo de regularização fundiária da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu remonta ao reconhecimento do território pataxó hã-hã-hãe em 1926, quando foram aprovadas 50 léguas de terras para seu usufruto exclusivo. Contudo, os limites da área foram ocupados irregularmente por não-indígenas, levando a União a recorrer à Justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nulos os títulos de propriedade emitidos aos ocupantes não-indígenas e autorizou a ocupação pelos pataxó hã-hã-hãe mediante a indenização das benfeitorias de boa-fé.
A aprovação do Marco Temporal, que estabelece que os povos indígenas só têm direitos às terras que estavam em sua posse em 1988, acentua a intransigência dos invasores, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A entidade criticou a decisão e partidos políticos e organizações sociais tentam anular a legislação com recurso junto ao STF.
A visita do MPI à Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu demonstra a preocupação do governo com as comunidades indígenas e a busca por soluções diante dos conflitos fundiários. Espera-se que medidas efetivas sejam tomadas para garantir a segurança e proteção das terras tradicionais dos povos indígenas.