Tesouro Nacional captou US$ 4,5 bilhões no exterior com aumento de juros em títulos da dívida externa

O Tesouro Nacional realizou mais uma captação de recursos no mercado financeiro internacional. O montante captado desta vez foi de US$ 4,5 bilhões, por meio do lançamento de títulos da dívida externa. Os investidores internacionais demonstraram interesse nos papéis ofertados, mesmo com um aumento nas taxas de juros em comparação com as últimas emissões.

Nesta segunda-feira, dia 22 de janeiro, foram disponibilizados para os investidores US$ 2,25 bilhões em títulos com vencimento em 2034 e outros US$ 2,25 bilhões em papéis com vencimento em 2054. A taxa obtida na emissão dos papéis com vencimento em 2034 somou 6,35% ao ano, superior à taxa registrada na última emissão desse tipo de papel, que foi de 6,15% ao ano.

Já para os papéis com vencimento em 2054, a taxa alcançou 7,15% ao ano. Na emissão mais recente desses papéis, em junho de 2021, os juros haviam sido de 4,925% ao ano. Segundo fontes do Tesouro, as taxas obtidas foram menores do que as esperadas, que eram de 6,5% ao ano.

Os juros básicos nos Estados Unidos começaram a subir em 2022, o que impacta diretamente as taxas dos títulos brasileiros no exterior, uma vez que tais taxas estão atreladas ao rendimento dos títulos norte-americanos. Trata-se de uma reação natural do mercado, diante do atual cenário de aumento das taxas externas e das incertezas econômicas decorrentes da pandemia de covid-19.

A captação de recursos no exterior tem como objetivo principal fornecer um referencial para as empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional, mas também contribuir para o reforço das reservas internacionais do país. A incorporação dos recursos às reservas está prevista para o dia 29 de janeiro.

Além disso, outro indicador importante a ser destacado é o spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo. O spread para os títulos de dez anos caiu em relação à emissão anterior, passando de 285,4 pontos para 225 pontos. Já para os papéis de 30 anos, o spread ficou em 282 pontos, apresentando uma pequena queda em comparação com a última emissão.

O lançamento de títulos da dívida externa permite ao governo brasileiro captar recursos dos investidores estrangeiros, com o compromisso de devolver o montante em um prazo acordado, acrescido dos juros definidos. Portanto, a captação de US$ 4,5 bilhões representa mais uma oportunidade para o Tesouro Nacional financiar projetos e compromissos do governo, além de ser uma prova da confiança dos investidores internacionais na economia brasileira.

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