Nessa segunda-feira (11), os empregados da Télam foram informados que a dispensa do trabalho foi prolongada por mais sete dias, impossibilitando o acesso ao prédio da empresa, que está fechado com grades desde o dia 4 de março. O site da agência de notícias também está fora do ar desde que Milei anunciou sua intenção de extinguir o portal de notícias com 78 anos de existência.
O plano de demissão voluntária, que poderá ser aceito pelos aproximadamente 760 funcionários da agência até 10 de abril, recebeu críticas por parte dos trabalhadores e da comissão interna da Télam. Eles destacam que a oferta ocorre em um contexto de intimidação e disciplinamento, com o objetivo de forçar os funcionários a aderir à demissão.
A assembleia dos trabalhadores decidiu por unanimidade rejeitar o plano de demissão voluntária e manter a mobilização em frente à sede da Télam, onde estão acampados desde o início de março. Andrea Delfino, do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires, afirmou que serão adotadas todas as estratégias legislativas, sindicais e legais para impedir o fechamento da agência.
Durante a campanha eleitoral, Javier Milei prometeu privatizar todos os meios públicos de comunicação da Argentina, e desde o início de seu governo tem feito intervenções em canais públicos. O fechamento da Télam, caso seja efetivado, representará mais um passo nesse sentido, sendo criticado por movimentos sociais, sindicais e especialistas.
Fundada há 78 anos com o objetivo de difundir informações por toda a Argentina, a Télam é a única agência de notícias do país com correspondentes em todas as províncias. Ao longo de sua história, enfrentou diversas ameaças de fechamento e demissões durante diferentes presidências, sendo um símbolo de resistência e pluralidade no cenário midiático argentino.