O CFM aponta que a expansão do ensino médico, aliada à crescente demanda por serviços de saúde, impulsionou esse crescimento no número de médicos no país. Atualmente, o Brasil possui 389 escolas médicas, o que representa o segundo maior número no mundo, atrás apenas da Índia. No entanto, o CFM expressa preocupação com a velocidade de abertura de novas escolas médicas e o aumento de vagas em instituições já existentes, ressaltando a importância de formar médicos de qualidade e ética para atender à população de forma adequada.
Apesar do aumento significativo no número de médicos, o CFM ressalta a existência de desigualdades na distribuição desses profissionais pelo país. Muitos médicos optam por se fixar nos estados do Sul e Sudeste, assim como nas capitais, devido às melhores condições de trabalho. Como resultado, regiões como o Norte e Nordeste enfrentam falta de investimentos em saúde e escassez de profissionais, prejudicando o acesso da população aos serviços de saúde.
Além disso, a Demografia Médica aponta diferenças de gênero no perfil dos médicos brasileiros, com uma tendência crescente de mulheres na profissão, principalmente entre os mais jovens. A idade média dos médicos em atividade é de 44,6 anos, com diferenças significativas entre homens e mulheres.
A distribuição desigual de médicos pelo país também é evidenciada no estudo, com o Sudeste apresentando a maior densidade de profissionais e o Norte exibindo a menor. A falta de uma política de fixação dos profissionais nas regiões menos atendidas contribui para a manutenção das desigualdades no acesso aos serviços de saúde.
Portanto, apesar do aumento no número de médicos no Brasil, é fundamental garantir uma distribuição equitativa desses profissionais e investir na formação contínua e qualificada para atender às demandas da população de forma eficiente e ética.