De acordo com Girão, a concentração de cloreto de potássio utilizada nesse procedimento é até 80 vezes mais forte do que a empregada na eutanásia de animais. Ele ressaltou que em alguns países essa prática de aborto é utilizada como pena de morte, sendo que no caso dos fetos a injeção é feita de forma a prolongar o sofrimento da criança, sem a aplicação de anestesia para aliviar a dor aguda causada pela substância.
O senador também criticou o governo atual, acusando-o de ter cometido um “dos maiores estelionatos eleitorais” ao se posicionar contra o aborto durante a campanha eleitoral. Girão mencionou a revogação de uma portaria que exigia a comunicação às autoridades policiais em casos de estupro nos primeiros dias após a posse do presidente Lula, assim como a publicação de uma nota técnica que defendia o direito ao aborto até a nona semana de gestação. Segundo o parlamentar, a reação da sociedade fez com que a nota fosse retirada.
O senador destacou a importância da resolução do CFM, afirmando que ela está em conformidade com a Constituição e tratados internacionais assinados pelo Brasil, além de respeitar o juramento de Hipócrates. Ele ressaltou que a medida está alinhada com a maioria da população brasileira, que é contrária à legalização do aborto, e não interfere no artigo 128 do Código Penal, que determina os casos em que o crime de aborto não é punido pela lei.
Em um momento marcado por intensos debates sobre o tema, a posição do senador Girão e a decisão do CFM ganham destaque e repercutem entre os cidadãos e autoridades, levantando questionamentos e reflexões sobre o direito à vida e a proteção dos mais vulneráveis na sociedade.