No voto proferido, Barroso optou pelo arquivamento do pedido de abertura de investigação, indo de encontro ao voto do corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, que votou favorável à abertura da apuração contra os quatro juízes. Barroso alegou que os magistrados não cometeram irregularidades e ressaltou a importância da independência dos juízes ao decidir litígios, afirmando que a banalização de medidas disciplinares pode gerar receio de represálias e prejudicar o bom funcionamento da Justiça.
Gabriela Hardt, uma das juízas envolvidas, foi acusada de autorizar o repasse de cerca de R$ 2 bilhões de acordos de delação para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato. Thompson Flores e Loraci Flores foram acusados de descumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionada ao ex-juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Atualmente, os desembargadores estão afastados por decisão do CNJ, assim como a juíza Gabriela Hardt, que teve seu afastamento temporário revogado pelo plenário do conselho em abril.
A defesa dos juízes argumenta que não existem “fundamentos mínimos” para o afastamento dos magistrados. A decisão de Barroso certamente gerará debate e discussões no cenário jurídico nacional, elevando a importância do papel do CNJ na garantia da independência e imparcialidade do Judiciário.