Desigualdades persistem: remuneração baixa para mestras e doutoras mesmo com aumento de formação e emprego de mulheres na pós-graduação.

O Brasil tem apresentado avanços significativos na formação e empregabilidade de mestres e doutores nos últimos 25 anos. Os cursos de pós-graduação estão mais bem distribuídos entre as regiões do país, com uma maior presença de mulheres pós-graduadas. No entanto, ainda existem desigualdades persistentes, como a remuneração mais baixa para mestras e doutoras em comparação com seus colegas do sexo masculino.

Um estudo realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) apontou mudanças positivas na pós-graduação brasileira, com uma clara desconcentração regional dos cursos ao longo do tempo. A Região Sudeste, que tradicionalmente concentrava a maioria dos cursos de mestrado e doutorado, viu sua participação reduzir significativamente, abrindo espaço para outras regiões do país.

Essa desconcentração também se refletiu no mercado de trabalho formal, com uma maior distribuição de mestres e doutores empregados em diferentes regiões. A mobilidade desses profissionais e o aumento da formação local contribuíram para essa mudança geográfica na qualificação acadêmica.

Apesar dos avanços, a taxa de crescimento da pós-graduação brasileira tem desacelerado nos últimos anos, o que preocupa a comunidade científica. Ainda há uma baixa proporção de titulados por habitante, indicando a necessidade de um maior investimento em educação de nível superior.

Outro ponto destacado no estudo é a desigualdade de gênero na remuneração dos mestres e doutores. As mulheres ainda recebem salários mais baixos em comparação com os homens, mesmo possuindo a maioria dos títulos de mestrado e doutorado no país.

No cenário público e privado, observa-se que o setor público emprega mais mestres e doutores, especialmente nas universidades públicas, enquanto as empresas privadas têm demonstrado uma demanda crescente por profissionais qualificados. O papel das entidades empresariais privadas na contratação de mestres e doutores tem se tornado mais relevante, principalmente em setores estratégicos que demandam inovação e desenvolvimento tecnológico.

O estudo do CGEE oferece um panorama abrangente da situação da pós-graduação no Brasil, com mais de 330 tabelas disponíveis para consulta. Essas informações são essenciais para compreender os avanços, desafios e desigualdades presentes no cenário acadêmico e profissional do país.

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